quarta-feira, 22 de abril de 2009

Celebridades devidamente uniformizadas

As estrelas da moda estão devidamente uniformizadas! Todas estão aderindo ao Josefina Boyfriend da 7 For All Makind em lavagem "Vintage California". Demi Moore, Cameron Diaz, Nikki Reed e Jennifer Garner são algumas celebridades da lista que elegeram o modelo como o predileto para passar o verão. Seguindo a tendência dos novos fits como que partem da modelagem skinny tornando-a mais relaxada e confortável, o modelo Josefina é uma mistura do skinny com o "boyfriend": ligeiramente folgado no quadril e coxas e ajustado na perna, afunilando em direção à barra até uma largura bastante estreita; podendo ser usado com a barra dobrada ou não. A lavagem "Vintage California" produz uma aparência vintage discreta, sugerindo as marcas de desgaste do tempo na peça com muita sutileza. Produzido em Denim com elastano (97% algodão e 3% elastano), o Josefina possui também modelos "eco-friendly" fabricados em algodão orgânico com elastano. O sucesso do novo "fit" pode ser explicado pelo conforto e por favorecer a silhueta funcionando para os mais variados tipos físicos.
Por Vivian David

Fotos: Reprodução

Abercrombie&Fitch - Já não basta ser sexy

Enquanto outros varejistas estão respondendo ao abrandamento com preços mais baixos e promoções tentadoras, a Abercrombie&Fitch (A&F) não mexe nos preços. Um lenço, por exemplo, irá custar os mesmos 58 dólares. A empresa está protegendo ferozmente a sua imagem de marca "premium" e, como resultado, está sendo ignorado pelos seus leais fãs. Em relação ao ano passado, a Abercrombie&Fitch registrou uma quebra de 34% nas vendas comparáveis - o pior resultado de Março entre os varejistas. Os adolescentes que não abandonaram os centros comerciais por completo estão comprando suas roupas em lojas como a American Eagle e a Aeropostale, que estão se posicionando cada vez mais como acessíveis e passíveis de se enquadrarem nos orçamentos disponíveis. Ambas as lojas estão fazendo igualmente promoções on-line, como "compre um, leve dois". Pelo contrário, no site da Abercrombie não se encontra qualquer promoção nos artigos da última estação, mas sim mais uma imagem provocante. Houve uma época em que as campanhas publicitárias sensuais e os vendedores seminus da Abercrombie&Fitch eram irresistíveis para os adolescentes. As filas intermináveis na porta da flagship da 5.ª Avenida davam a volta no quarteirão todas as manhãs; a loja convencia os mais jovens que duas pólos caras tinham infinitamente mais estilo do que usar apenas um; e os adolescentes seguiam a marca como "cordeirinhos". Esses foram dias em que as ações da A&F chegaram a atingir os 80 dólares por unidade, mas esses dias acabaram. Agora, as ações afundaram-se para menos de um terço do que isso e parece que o logotipo bordado Moose está perdendo o seu valor. A empresa, contudo, acha que não. A A&F continua com os planos de expansão internacional e, ao contrário de outros varejistas, não reduziu significativamente o inventário para o ano. O diretor-executivo Michael Jeffries está bastante otimista, talvez imbuído pela forma como lidou com a recessão de 2001: ao contrário da sabedoria convencional da época, aumentou os preços em vez de sucumbir à pressão para os baixar. «O importante é não reagir em demasia», disse ao New York Times em 2004. «Quando as coisas começam a complicar, muitos varejistas "suicidam-se"». Agora aplica a mesma fórmula à crise atual. «Ouvimos as preocupações», disse Jeffries numa conferência com os analistas em Novembro, mas «as promoções são uma solução a curto prazo com efeitos desastrosos a longo prazo». Os varejistas de luxo temem que uma redução dos preços prejudique irremediavelmente as suas marcas, além de deteriorar as margens. Mas serão os descontos no jeans mais mortais do que isto? Os analistas estão céticos de que a A&F possa sustentar a sua estratégia "vamos fazer de conta que a economia não entrou em colapso" por muito mais tempo. Enquanto que a recessão de 2001 durou apenas oito meses, esta dura há já mais de um ano e o varejo só deverá recuperar em Agosto de 2010. E quando se está no negócio de ser trendy e servir os sempre imprevisíveis adolescentes, este período é tempo suficiente para se tornar ultrapassado se ninguém comprar os seus produtos. E isso é verdade especialmente se um novo segmento de jovens consumidores se habituar a comprar roupas mais baratas em outro local.
FONTE: Portugal Têxtil

Foto: Reprodução

A volta do Grunge

Quando Vivienne Westwood levou o punk da rua para as passarelas, foi uma revolução na forma de pensar a moda, uma afronta à alta costura - o punk assim, não perdeu sua característica de anarquia e a proposta vingou. Quando Marc Jacobs colocou o grunge pela primeira vez nas passarelas através da marca Perry Ellis, foi aclamado por revistas e renomados editores de moda, mas acabou sendo demitido pela reação de consumidores que se recusavam a gastar US$1.200 por um vestido que parecia de segunda mão. De lá para cá muita coisa aconteceu, e quem diria, que novamente assistiríamos grifes conceituadas como a Diesel - retratando novamente o movimento Grunge em seus desfiles. O grunge (que quer dizer algo como sujo em inglês) é o nome dado pela mídia e adotado pelo público ao movimento musical originário de Seattle no fim dos anos 80. Sua principal referência é banda Nirvana e o vocalista Kurt Cobain - que ao suicidar-se por problemas com drogas e depressão tornou-se uma espécie de mártir do movimento. Com roupas muito largas e miseráveis, muitas vezes doadas, e camisa xadrez como a dos lenhadores; o Grunge trouxe um visual vintage desleixado de cabelos longos e desgrenhados, totalmente anti-moda acompanhado por uma atitude de sarcasmo, introspecção como reação a um desencantamento geral com o estado da sociedade. O grunge trouxe de volta a rebeldia, algo que sempre fez parte da juventude. Porém no mundo moderno os jovens reagiam propriamente; no mundo pós-moderno, adota-se o visual da revolução mas a atitude é de apatia. Mas a apatia pode ser também a reação mais corajosa pelo simples fato de não se perder em deslumbramentos. O fato é que hoje, frente a uma crise mundial que ironicamente desabrochou nos Estados Unidos e levando em consideração as previsões catastróficas quanto ao meio ambiente; voltar-se para a introspecção e contra o consumismo é uma reação bastante compreensível. No caso de Marc Jacobs, o Grunge foi a polêmica certa para o público errado. No caso da Diesel, e do jeanswear em geral, o desfecho é completamente diferente. Isso porque o jeans é um segmento à parte da moda: mesmo pertencendo à ela, consegue contestá-la sem cair na contradição. E ele está totalmente apto a lidar com este dilema com total coerência: produzir bens materiais que comuniquem desapego material. O Grunge no jeanswear consegue significar relaxamento, a busca por uma moda sincera, e um apego maior à universos particulares. A renúncia ao consumismo tão genuína do movimento grunge e que agora ressurge com força mostrando forte afinidade com o cenário que se apresenta nos leva a pensar em bens que atravessem gerações e que tragam o conforto para a introspecção atendendo à própria necessidade de rebeldia que sempre foi inerente à sociedade. Atravessar gerações, comunicar rebeldia; alguma semelhança com o jeans? O jeanswear, sempre foi porta voz da moda de rua; a moda real, do dia a dia: a moda que retrata o ritmo da sociedade com todas as suas nuances. Por isso mesmo, é ele o segmento da indústria da moda mais apto a receber essa linguagem e aceitar esse desafio, trazendo a polêmica certa ao público certo.